Com este artigo você vai ter uma melhor noção para avaliar a adoção do Drop Shipping, caso pretenda iniciar no Ecommerce com este modelo. Conheça o modelo de DropShipping adotado em Ecommerces e veja:
- Um breve histórico do Drop Shipping no Brasil;
- Conceitos e como tem sido utilizado;
- Vantagens e Desvantagens;
- Problemas enfrentados;
- Possíveis Soluções;
O QUE É DROPSHIPPING?
DropShipping, para quem ainda não conhece, é basicamente um modelo de negócios, adotado geralmente em ecommerces e também por empreendedores individuais em marketplaces (mercadolivre, por exemplo) e é um processo bastante simples: o vendedor disponibiliza em seu site ou em algum canal de vendas um determinado produto, que quando comprado pelo seu cliente, faz o pedido do produto ao seu fornecedor (estrangeiro), que fará o envio diretamente para a casa do seu cliente.
É definido também como uma técnica de gestão logística na qual o vendedor não mantém os bens em estoque, apresentando os produtos a seus clientes através de catálogo ou página da web, assim que completa o pedido de compra, solicita e paga ao fornecedor, que irá embalar e despachar o produto diretamente ao domicílio do cliente.
INÍCIO DO DROPSHIPPING NO MUNDO E NO ECOMMERCE BRASILEIRO
Esta técnica é utilizada há muitos anos e era primariamente baseada nos Estados Unidos. Não consegui identificar ao certo quando começou a ser adotada essa técnica nos negócios, mas acredito que já existe há muito mais tempo do que imaginamos. Talvez na época feudal, colonial… por que não? Quem sabe se os produtos extraídos em um país e levados para outro já não eram vendidos por terceiros e distribuídos dessa forma. O que posso demonstrar é que o termo Drop Shipping ou dropshipping começou a ser buscado no Google no segundo semestre de 2009, conforme este print que fiz do Google Trends:
Segundo a Wikipédia (versão na língua inglesa), desde 2006 o dropshipping tem sido popularizado por empresas da China. E daí caiu no interesse de empresários brasileiros em adotar esta técnica, importando da China. Este modelo começou a ser adotado no ecommerce do Brasil quando o Mercado livre estava engatinhando e foi numa fase em que muitas pessoas ainda não confiavam em comprar pela internet. Me lembro bem desta difícil fase do ecommerce brasileiro, pois fiz parte dela e foi onde começou minha paixão, até me levar ao momento atual com um Mestrado na área. É fácil identificar quando o ecommerce ou vendedor em marketplaces fazem isso quando o prazo para entrega é superior ao prazo normal dos correios. Isto quando o vendedor não informa antes que o produto vem de outro país.
CONCEITOS E VANTAGENS DO DROPSHIPPING
Este modelo é ideal para quem está iniciando como empreendedor digital e não tem recursos financeiros suficientes para fazer um investimento em estoque, pois não precisam ter um estoque, logo o risco é zero. É o sonho de qualquer varejo e até mesmo do atacado poder somente produzir o produto depois de vendido. É o conceito de vender para produzir. Mas como assim?
Já existem empresas que trabalham desta maneira. Estas tem um potencial de produção que suportam este modelo. É o caso de, por exemplo, uma estamparia de camisetas personalizadas, onde as camisetas são confeccionadas de acordo com o pedido do cliente que prefere que a camiseta tenha determinada estampa. A camiseta é estampada de acordo com o pedido e enviado para o cliente. É isso. A loja vendeu primeiro, para depois produzir. O risco de terem estoque parado é quase, ou por que não, nulo (vale ressaltar de que isto não é dropshipping, citei este exemplo apenas para ilustrar o conceito “vender para produzir”). Porém, o modelo do DropShipping está relacionado a produtos importados, os fornecedores (estrangeiros) já tem os produtos em estoque e enviam para o Brasil (estamos falando do mercado brasileiro, tá?!) quando pedidos.
COMO O DROPSHIPPING TEM SIDO UTILIZADO ULTIMAMENTE
Este modelo se popularizou muito e logo saíram dos marketplaces e migraram também para sites independentes. O modelo se manteve e muitas lojas virtuais surgiram com o mesmo conceito de vender produtos importados da China, alguns informando a tal procedência dos produtos, outros não. Alguns com o discurso de que tem “centros de distribuição internacionais”, justificando a procedência estrangeira e todos salientando que o cliente arcaria com os trâmites legais de importação. Até aí tudo bem. Mas eis que surgem as desvantagens.
AS DESVANTAGENS ENFRENTADAS POR QUEM FAZ DROPSHIPPING NO BRASIL
Há inúmeras desvantagens associadas ao modelo de DropShipping: A principal desvantagem é que, se tratando de produtos importados, as barreiras alfandegárias – nomeadamente taxas de importação e lentidão dos processos de despacho aduaneiro – reduz as chances de uma loja virtual ter sucesso nesse mercado. Isso reflete-se em outros problemas, como a falta de controle do processo logístico, pois somente ter o código de rastreamento não é suficiente. Isto faz mais sentido (negativo) quando há reclamações dos clientes sobre a demora da entrega que acontece muitas vezes depois do prazo, mesmo sendo culpa do tratamento alfandegário brasileiro. Pior é quando o produto vem errado ou com defeito. Chovem reclamações neste sentido. Basta entrar no Reclame Aqui e pesquisar a reputação das lojas virtuais brasileiras que adotam este modelo.
As reclamações são as mesmas:
- Atraso na entrega – os prazos quase nunca são cumpridos à risca, conforme o estipulado pelo fabricante se baseando nos prazos dos correios internacional. Isso não é culpa dos fabricantes que enviam. O problema está quando os produtos chegam no Brasil, pois o despacho aduaneiro leva um tempo muito superior ao do produto ser enviado do país de origem até chegar no Brasil;
- Falta de resposta do lojista para solucionar o problema – Eles sofrem com uma demanda alta de produtos, que está propenso, ao mesmo nível, do volume de reclamações e não dão conta de responder a todos;
- Taxa de importação alta – 60% em cima do valor pago, independente do produto estar ou não acima dos $ 50, valor estipulado pela Polícia Federal do Brasil como sendo o valor mínimo ao pagamento da taxa de importação. Os produtos são taxados independente do valor, essa é a verdade. Muitos destes lojistas pedem para o fabricante informarem um valor baixo ou não declarar a descrição do produto na tentativa de burlar a Polícia Federal. Mas isso é inútil na maioria das vezes, pois se a Polícia Federal quiser saber que tipo de produto está na embalagem, ela vai abri-la e isso vai atrasar ainda mais que o produto chegue ao destino.
Embora o valor do produto com a respectiva taxa de importação ainda represente um valor final satisfatório para o consumidor, ele quer preço, mas também exclusividades, utilidades inovadoras, querem estar abrangidos pelo CDC (Código de Defesa do Consumidor) e prazo cumprido. Uma loja deste tipo no Brasil não pode garantir tudo isto ao seu cliente. Outra desvantagem é o número massivo de novos empreendedores adotando o mesmo modelo de negócio, saturando o mercado e concorrendo por marketshares cada vez menores. Porém, isso se dá porque somente um mercado fornecedor é requisitado, o chinês.
OS PROBLEMAS ATUAIS DO DROPSHIPPING NO BRASIL
Um dos problemas da adoção deste modelo é a própria maturidade do mercado. O DropShipping no Brasil é baseado, maioritariamente por produtos importados da China. E já está cheio de sites que vendem produtos da China. Isso mostra porque há tanta gente vendendo cursos e e-books sobre como importar da China. É o escape do mercado saturado. Não há mais as mesmas margens de lucro como antigamente, a saída passa a ser a venda do curso de como fazer isso. Outro problema é a entrada dos “Pandas” em atingir o consumidor final no Brasil. Como você pode ver nesta matéria que os grandes sites da China estão massificando sua atuação no Brasil e com o passar do tempo, os consumidores que antes eram clientes destes intermediários no Brasil, passarão a comprar diretamente dos fornecedores. Isto é o mesmo que concorrer com os fornecedores. E aí? Até quando este modelo será sustentável?
POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA A SATURAÇÃO DO DROPSHIPPING
Este modelo é adotado no Brasil atualmente baseado em produtos da China. A China não é o único fornecedor que suporta esse modelo de negócios. É o segundo maior exportador do mundo, atrás da União Européia e à frente da Alemanha, dos Estados Unidos e Japão, que juntos representam um volume de exportação imenso. Talvez, importar produtos destes outros países pode ser a solução para a saturação deste mercado no Brasil. Mas isso apenas a nível do tipo e qualidade dos produtos, pois a nível da regulamentação do Brasil (barreiras alfandegárias), o problema ainda fará parte da rotina dos empresários e dos consumidores brasileiros no que toca importação. Outra solução que parece mais óbvia é, depois de certo tempo, o negócio poder trabalhar com estoque, tendo produtos à pronta entrega, já com a taxas de importação pagas, entregando em menos tempo, abrangendo o consumidor ao CDC (dando confiança ao consumidor), etc.
Se você já investe nessa área de e-commerce ou pretende começar a investir, vou deixar aqui um vídeo do Felipe Pereira mostrando 3 critérios para gerar mais vendas no seu e-commerce, independentemente de você adotar o modelo do dropshipping ou não.
AFINAL, AINDA VALE A PENA O DROPSHIPPING NO ECOMMERCE?
A meu ver, o modelo de Dropshipping no Brasil está quase em seu ponto mais alto de maturidade. Já se passaram 10 anos quando comecei neste esquema e achava que este modelo não se sustentaria por mais 5 anos de quando havia começado. Mas ele continua vivo e talvez dure mais outros 10 anos. Mas ainda fica a dúvida: até quando o drop shipping será sustentável no atual modelo no Brasil? Eu gostaria muito da sua opinião. Apresente sua dúvida. Se você está neste mercado, se já pensou em trabalhar nisso, se está iniciando, se já saiu como eu, ou mesmo se não conhecia este tema. Não importa, deixe seu comentário abaixo para que possamos debater sobre isto. Sucesso!