“Acredite que você pode mudar”, encorajava Aaron Swartchz , um dos ciberativistas que culminou o maior protesto já visto na internet, o “Internet Freedom Day“, que aconteceu no dia 18 de janeiro de 2012 e teve participação de gigantes como Google, WordPress, Tumblr e Wikipedia. Mobilizando milhões de usuários do mundo todo, a luta era contra dois projetos norte-americanos (SOPA e PIPA) que ameaçavam tirar a liberdade e instaurar a censura em sites, bloqueando o acesso em endereços que o governo considerar que possui conteúdo ilegal e pirataria e retirando endereços em sites de buscas como o Bing e Yahoo! Hoje o movimento completa três anos de luta, e é celebrado mundialmente devido ao esforço que os usuários fizeram para impedir a aprovação dos dois projetos de lei.
Entenda como tudo começou:
Os vilões da internet
Stop Online Piracy Act (SOPA) ou Lei de Combate à Pirataria Online é um projeto de lei promovido pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que tem como aplicação a autorização do Departamento de Justiça dos EUA e possuidores de direitos autorais a conseguir ordens judiciais contra sites que infringirem tais direitos, além de filtrá-los para que ninguém consiga encontrá-los. E também temos o Protect IP Act (PIPA ou Prevenir ameaças online reais à Criatividade Econômica e Roubo de Lei de Propriedade Intelectual) que tem a mesma proposta, mas com foco em sites hospedados fora do território norte-americano.
O movimento ganhou corpo após a votação unânime da câmara dos deputados a favor da SOPA. A indústria do entretenimento apoiava a lei, que também bloqueava sites de receber pagamentos, caso apresentassem endereços acusados nos resultados de busca. No dia 11 de Janeiro de 2013, o mundo descobriu que Aaron, organizador político e co – fundador da empresa Reddit e do site Demand Progress, além de forte militante contra o projeto, foi encontrado enforcado em seu quarto, sob suspeita de suicídio. Após a tragédia, o protesto intensificou de maneira monstruosa, devido à revolta da população contra a morte de Swartchz, que alegava ter sofrido pressões por parte do governo, além de ser processado, correndo o risco de sofrer uma pena de 35 anos de prisão, além de ter que receber uma multa 22 milhões de dólares.
CONTRA-ATAQUE
De acordo com o site You Pix, foi organizado uma campanha contra os dois projetos, alcançando 10 milhões de assinaturas online, dois milhões de tweets com a hashtag #sopa, além de 15 mil sites que participaram do #sopastrike, mais um movimento estabelecido que teve apoio do Google e do Reddit. A ONG Fight For The Future, que contribui para acabar com qualquer censura web, apoiou a causa e produziu, além de textos que esclareciam a população o significado da SOPA, uma petição para que o presidente Barack Obama parasse com qualquer projeto contra a liberdade na internet.
Reivindicações
O que você ama na rede que você nunca quer ver censurado?”, pergunta o site oficial do “Internet Freedom Day”. As respostas podem ser publicadas via Facebook, Twitter, Google +, além de outras, reforçando o movimento. Além disso, a página disponibiliza um link para um livro sobre o protesto, escrito pelo ativista Marvin Ammori, encontrado à venda na Amazon. Entre as mudanças que o movimento solicita, estão:
– Junte-se à Demand Progress, pedindo justiça para Aaron Swartz;
– Assinar a Declaração de Liberdade na Internet;
– Tomar medidas para impedir a Parceria Trans -Pacífico.
– Junte-se Craig Newmark e a CraigConnects e escreva algo sobre como a Internet lhe dá voz!
– Alerta Acesso! Escreva para o Congresso e diga: Iremos defender a internet contra qualquer legislação que ameaça a nossa liberdade de expressão, privacidade e outros direitos fundamentais”;
– Exija uma atualização da lei da privacidade para impedir o governo de ler seu e-mail sem um mandado;
– Preencha o inquérito UC Berkeley e diga o que SOPA/PIPA significou para você ;
– Envolver-se em um pequeno ato de desobediência civil e compartilhar o vídeo histórico “I Have a Dream”, discurso do Dr. Martin Luther King Jr. Porque esse discurso seria protegido, se o SOPA tinha sido estabelecido. Sites inteiros poderiam ter sido encerrados apenas clicando nele. Este discurso é demasiado importante para ser censurado por leis de direitos autorais quebrados. Por favor, compartilhe o hoje.
A guerra continua…
Atualmente, tanto o SOPA quanto o PIPA não foram colocadas em vigor, em consequência do tamanho do protesto feito na web e pela morte de Aaron, a gota d’água para que os projetos fossem derrubados. A consequência que o governo não se atentou – se as leis fosse aprovadas – seria a inexistência de startups futuras e possivelmente iguais ao Facebook e Instagram, que precisam dessa liberdade na rede para serem criadas. Isso afetaria – e muito – o mercado de Tecnologia da Informação, evitando que novas ideias fossem produzidas. Entretanto, mesmo sem a ameaça deles, outro perigo chamado CISPA foi criado e tem sido discutido com o mesmo foco, porém expandindo para a cópia de dados e informações de usuários de contas pagas.
Será que vão tirar nossa liberdade na internet? Aguardem os próximos capítulos…