Semana passada nos deparamos com a campanha vogue “Somos Todos Paralímpicos”, que foi recebida negativamente para maioria das pessoas.
A ação consiste em dar “visibilidade” aos paratletas e aos Jogos Paralímpicos que estavam com a venda de ingressos muito baixa. Para isso, a Cléo Pires foi convidada para fazer o papel da Bruna Alexandre, e o Paulinho Vilhena como Renato Leite, para serem os rostos da campanha, onde os membros foram tirados no photoshop:
(fonte: Instagram Vogue Brasil)
A grande questão foi o por que de usar atores quando poderiam ter usado os próprios atletas ou, até mesmo, atores deficientes. A resposta dada foi porque eles queriam chamar atenção e dar visibilidade aos atletas, e que isso não seria possível se não fosse utilizada a imagem deles.
Junto com a avalanche de críticas, alguns amigos me contaram que é possível que a campanha seja uma prank – quando uma empresa ou marca lança uma ação de gosto duvidoso, recebe inúmeras críticas e depois dá a volta por cima. Mostrando que tudo não passava de uma “brincadeira” para poder levar a mensagem verdadeira, muitas das vezes, com um alto valor social envolvido.
EXEMPLOS DE PRANKS NO BRASIL
Chiquinho Scarpa enterra seu carro:
O empresário anunciou que iria enterrar seu Bentley e, passados alguns dias cheios de críticas e julgamentos, ele disse que: “Absurdo é enterrar algo muito mais valioso do que um Bentley: seus órgãos”. Tudo não se passava de uma estratégia para doação de órgãos.
Prefeitura de Curitiba quer o fim dos privilégios aos deficientes:
Em Curitiba, foi criado um outdoor pedindo o fim dos privilégios aos deficientes. Após muitas críticas, foi divulgado que o outdoor nada mais era do que uma ação de marketing para o “Movimento Pela Reforma de Direitos”. Um vídeo com a Mirella Prosdócimo, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi lançado com o seguinte texto:
“Nós sabemos que vocês ficaram chocados com as reivindicações feitas pelo movimento.
E esse choque, é o nosso alívio.
O desrespeito que aconteceu na internet durou só um dia, mas as pessoas com deficiência enfrentam essa afronta todos os dias.
Esperamos que cada um que se revoltou, na internet, seja uma VOZ REAL na luta pelos nossos direitos. Que não se calem ao ver uma pessoa com deficiência sendo desrespeitada ou discriminada.
Denunciem! Não se revoltem somente nas redes sociais”.
SERÁ QUE TEM COMO VIRAR O JOGO?
Como vimos, as pranks têm um alto valor social envolvido e relativamente não demora para que ela seja divulgada.
Agora, sabendo que uma marca tão grande quanto a Vogue e uma agência com reconhecimento internacional como a África já estiveram sob os holofotes de várias outras campanhas igualmente criticadas (sem serem pranks), vocês acham que é realmente possível que seja uma prank ou que novamente erraram na execução?
Humildemente falando, para mim, não tem nenhuma prank. Eles vacilaram mesmo.
Porém, tudo isso vamos descobrir nos próximos dias, quem sabe até o fim dos Jogos Paralímpicos.
Se você acha que realmente possa vir a ser uma prank, como eles poderiam virar o jogo? Digaí nos comentários!