.O educador e escritor Rodrigo Ciríaco teve o seu dia de fúria na loja Dicico Homer Center da Construção (loja de material de construção), em São Paulo. O escritor resolveu ir lá reclamar, gravar um vídeo e postar no Youtube. Até aí tudo bem, mas além de reclamar Rodrigo resolveu quebrar alguns produtos da loja. O vídeo já passou das 400 mil visualizações e recebeu vários comentários no seu perfil no Facebook e Youtube apoiando o acontecimento.
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Antes de entrar na loja, Rodrigo explicou os motivos de sua revolta: ele comprou produtos que não foram entregues, pediu um ressarcimento que ia demorar de 15 a 20 dias para serem pagos, foi três vezes na loja para reclamar, teve que faltar o trabalho, estava com prejuízo financeiro e atraso na obra.
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Os consumidores se identificaram com as reclamações e o descaso da empresa e resolveram apoiar a atitude de Rodrigo. Depois de tantos anos sem serem ouvidos, os consumidores resolveram postar suas indignações nas redes sociais, surgindo assim o SAC 2.0. Os consumidores cansaram de serem ignorados ou não terem seus problemas resolvidos (ou demorarem para serem resolvidos) e agora recorrem às redes sociais para solucionar seus problemas. Existem inúmero casos de reclamações que só foram resolvidas através do Youtube, Twitter e Facebook. Mas até que ponto o consumidor precisa chegar para ser ouvido? Rodrigo perdeu a paciência e resolveu quebrar produtos da loja, mas não seria uma atitude radical demais? Quem age com violência acaba perdendo a razão. E muitos estão achando correta a atitude de Rodrigo em quebrar os produtos da loja.
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No seu blog e perfis do Facebook e Twitter, Rodrigo reafirma seus motivos e deixa todo mundo a par da situação. A Dicico publicou na sua fan page uma nota de esclarecimento afirmando que não há produtos em pendência para serem entregues, que já tinha comprometido o reembolso, lamenta a atitude do consumidor, já entrou em contato com o departamento jurídico e soliciou a retirada do vídeo da internet. No final da nota relembra que a empresa já tem 95 anos e tem 58 lojas. Só lembrando que a Livraria Cultura também já utilizou o argumento da idade da empresa para mostrar credibilidade (relembrem meus textos sobre a crise da Livraria Cultura). Foi mais um comunicado de gestão de crise que não me convenceu e nem convenceu o público. A maior parte das empresas não sabe lidar com os problemas dos consumidores e nem com as crises, que são consequência direta desses problemas. A Dicico é mais exemplo de empresa brasileira tendo que lidar com uma crise que poderia ter sido evitada se não houvesse descaso com o consumidor.