Com a virada de ano de 2018-2019, muitas pessoas imaginaram que o pior ano (2018) do Facebook havia acabado e deixado tudo de ruim para trás, inclusive as invasões às contas pessoais dos usuários. Mas…
Este ano já começou com a rede social tendo que se explicar pelo mesmo motivo: uma matéria bombástica do TechCrunch identificou um esquema utilizado pela própria para coletar dados de usuários a partir de um “programa de pesquisa” pago com o uso de um app espião chamado Facebook Research.
Antes de qualquer coisa, é importante lembrar do app Onavo, também comprado por Mark Zuckerberg e oferecido às pessoas para ser uma opção de Rede Particular Virtual (VPN) para navegar por aí sem deixar rastros. Curioso? O que acontece é que esse app estava sendo utilizado pelo Facebook para coletar dados na “calada da noite”, fato que ocasionou no seu banimento da App Store no ano passado.
Entenda o que o Facebook vem realizando
O Onavo é um bom exemplo para explicar o que o Facebook vem fazendo com esse “estudo” desde 2016, por isso, para muitos o Facebook Research seria seu sucessor. De acordo com a apuração, a companhia vem pagando em torno de US$ 20 mensais a usuários de 13 a 35 anos, para que eles instalem esse aplicativo.
Seu anúncio estava sendo realizado de forma discreta, sem o nome do Facebook envolvido, em aplicativos como o Instagram e Snapchat. Segundo relatos no Quora, uma outra maneira de participar seria recebendo um convite de alguém já usuário do programa. Com os rendimentos chegando por volta de US$ 1 mil por mês.
O Facebook Research (programa de pesquisa) funciona da seguinte forma: A empresa é capaz de visualizar pesquisas na web, localizações, mensagens privadas em outros apps, de acordo com Will Strafach, especialista em segurança do Guardian Mobile Firewall, disse ao TechCrunch.
Facebook responde
Em menos de 7 horas, o Facebook respondeu à investigação do TechCrunch. A rede social informou que vai desativar o app de pesquisa no iOS e também garantiu que ele não é um sucessor do Onavo, mesmo que os dois contenham códigos parecidos. Um porta-voz publicou a seguinte declaração:
“Fatos importantes sobre este programa de pesquisa de mercado estão sendo ignorados. Diferente do que dizem os primeiros relatos, não havia nada ‘secreto’ sobre isso; foi literalmente chamado de Facebook Research App. Não havia ‘espionagem’, pois todas as pessoas que se inscreveram para participar passaram por um processo claro de integração, pedindo permissão, e foram pagas. Para concluir, menos de 5% das pessoas que optaram por participar desse programa de pesquisa de mercado eram adolescentes — todos eles com formulários de consentimento assinado pelos pais.”
Mesmo com o consentimento dos participantes, a estratégia de marketing e os termos de uso não dão muitos detalhes sobre o funcionamento desse app espião. E para diversos pesquisadores, essa estratégia aplicada pelo Facebook é duvidosa e muito desesperada para voltar a compreender o público mais jovem, que há um tempo vem trocando a rede social pelo Instagram, YouTube e outros.
E aí, amigo, o que acha dessa “estratégia”?