Recentemente, o Google e o Meio & Mensagem divulgaram a segunda edição da pesquisa dos maiores influenciadores da TV e Internet brasileira, realizada pela Provokers.
Dentro do Top 10, metade eram personalidades diretamente relacionadas à televisão, como Luciano Huck, Danilo Gentili e Taís Araujo, a outra metade era composta por YouTubers como Kéfera, Whindersson Nunes e Luba.
A pesquisa teve depoimentos de homens e mulheres entre 14 e 55 anos e, quando perguntado o que eles consideravam mais importante para a formação de uma celebridade, grande parte dos entrevistados disseram que esperavam que a pessoa tivesse: autenticidade (16%), originalidade (15%), inteligência (12%) e senso de humor (11%). (Fonte: Meio & Mensagem)
Personalidades da TV que migraram para a Internet
Algumas personalidades da TV já perceberam a vantagem que é ter um canal no Youtube, podemos citar a Marília Gabi Gabriela, com 56 mil inscritos e o Celso Portiolli, que já conta com mais de um milhão e meio.
Para conseguir explicar melhor essa parte, vou precisar falar mais como espectadora do que como comunicóloga.
- Com um ambiente mais descontraído, a Marília Gabi Gabriela continua a fazer entrevistas e bate-bolas que nem em seu programa.
(fonte: YouTube)
A diferença é que cada vez mais ela usa referências da internet e assuntos super atuais para nossa geração, como feminismo, representatividade, empreendedorismo, a era dos milennials, drag queens e vários outros temas que provavelmente ela não tinha tanta abertura para falar na TV. A liberdade criativa na internet é enorme!
Ela acabou trazendo um conteúdo relativamente igual, mas para públicos e gerações completamente diferentes.
- Do pouco que assistia do programa do Celso Portiolli, notava que ele sempre parecia com aquele tiozão do churrasco que é muito engraçado, porém o conteúdo, até então, nunca tinha sido interessante o suficiente para eu ficar mais de 5 minutos assistindo.
(fonte: Google)
Quando descobri que ele tinha criado um canal, fiquei desacreditada. Logo pensei em que tipo de conteúdo ele poderia fazer, já que a maioria do público dele tem uma idade mais avançada.
Foi ai que me aventurei a assistir e não me arrependi. Vi ele fazendo paródias, gameplays, tags, entrevistas, vlog de viagem… Em que mundo, um dia, imaginaria isso? Eu, como jovem, achei a coisa mais sensacional do YouTube nos últimos tempos. Me inscrevi imediatamente e não é a toa que, em menos de um ano, ele tenha conseguido mais de um milhão de inscritos.
Podemos ver que ambos continuaram na mesma linha de entretenimento que seus respectivos programas, porém a internet proporciona um ambiente mais engajado e atual, entregando um conteúdo mais espontâneo para o público, que é um público diferente da televisão.
Continuando comigo de exemplo, nunca fui acostumada a acompanhar o programa deles na TV. Porém, sou inscrita no canal dos dois, pois, apesar de serem conteúdos diferentes, eles me divertem muito e prendem minha atenção. Assim como tenho certeza que é com a maioria que os segue nas redes sociais.
Afinal de contas, quem um dia imaginaria o Celso Portiolli fazendo gameplay de Outlast ou a Marília Gabi Gabriela falando sobre YouPIX?
Seria o fim da TV?
Hoje em dia já é obvio que a internet está cada dia mais perto de ultrapassar a televisão. Segundo a pesquisa, cerca de 76% dos adolescentes acreditam que o YouTube pode ser o substituto da TV aberta. Mas calma, a TV não vai acabar. Seja por novelas, notícias ou entretenimento, a televisão ainda tem sim um público muito fiel. Porém, se as emissoras quiserem telespectadores mais jovens, será preciso uma mudança não somente na programação, mas no formato. A adaptação tem que começar desde já!
Cada vez mais os jovens querem um conteúdo autêntico feito por “gente como a gente”, o sucesso dos YouTubers e a migração de personalidades televisivas para a plataforma estão aí para comprovar isso.
Como será o possível futuro das campanhas e programas?
Muitas empresas já estão se adaptando. Campanhas cada vez mais impulsionadas para internet com a ajuda dos influenciadores estão se tornando algo comum de se ver. Essas personalidades digitais têm um jeito muito mais original e legítimo, fazendo com que uma campanha ou merchan não necessariamente se pareça com uma campanha ou merchan.
Agora, assim como as empresas estão se adaptando, a TV também precisa. Como? Criatividade. Ser criativo não pode ser mais apenas um diferencial, tem que ser uma regra.
Posso listar dois exemplos de como a criatividade pode ser benéfica para um programa ou canal de televisão:
- TV aberta – Podemos citar o próprio Celso Portiolli. Após o canal ter estourado, várias pessoas devem ter migrado para o programa dele, eu mesma fui uma delas. Ainda não o acompanho pela televisão, mas só o fato de ter ido atrás de outro conteúdo que ele proporciona, já é um resultado. Diferente de mim, outras pessoas podem ter passado a assistir, ou até mesmo a popularidade dele com o público que ele já tinha pode ter aumentado. Podemos ver isso mais claramente em um vídeo dele em que ele leva um Kit Kat gigante para o auditório. Além de fazer a transição do online para off-line, de quebra ele fez um merchan que serviu para os dois públicos.
- TV por assinatura – O canal Sony teve a ideia de criar um programa com alguns dos YouTubers mais famosos do Brasil e fazer uma competição entre eles, tudo sendo apresentado pelo Danilo Gentili. Além de ser transmitido na TV, os episódios também estão sendo colocados no canal do YouTube da Sony. Com isso, a emissora conseguiu trazer públicos completamente diferentes para apenas um programa.
Concluindo
Depois disso tudo, finalizar com a ideia de que a TV pode acompanhar a internet não soa tão utópico para mim. Inclusive, ainda podemos linkar com a questão da narrativa transmídia, que já falei em um dos meus primeiros artigos no Digaí.
E vocês, o que acharam da pesquisa? Procurei também por outras personalidades que migraram para a internet, mas não encontrei nenhuma outra relevante. Conhece mais alguma? Digaí nos comentários! 😉