Você já se deparou com um problema que passou dias, semanas ou até meses consumindo a sua energia e seu pensamento – e que parecia que não tinha solução, não importava o quanto você trabalhasse para solucioná-lo? Se nesse momento você está relembrando esse problema, pare agora mesmo (e você já vai entender o porquê).
Hoje eu quero conversar sobre um livro que li esses dias. O livro, como o título do post já diz, chama-se Click: como resolver problemas insuperáveis, foi escrito por David Niven.
O primeiro fato curioso foi como esse livro chegou até mim. Participei de um evento no final de maio e os organizadores fizeram uma proposta interessante: promover uma troca de livros. A ideia era levar um (ou mais) livro (s) no primeiro dia e pegar a mesma quantidade que você deixou no segundo dia. Durante os intervalos do primeiro dia a gente passava pela bancada dos livros, dava aquela olhada, selecionava alguns títulos e guardava na mente para ver se dava sorte no dia seguinte.
Claro que isso não deu certo, não é? Todas as minhas escolhas prévias sumiram dos meus olhos rapidamente. Decidi usar aquela velha técnica super embasada cientificamente (não) de enfiar a mão na pilha de livros e ver o que sai. E, para minha surpresa, Click foi o livro que peguei.
O título chamou a minha atenção de cara – e o resumo completou o serviço. Era esse!
Logo no começo do livro, li a frase que guia a ideia central dele – e eu fiquei com aquilo martelando até o final (mentira, martela até hoje!).
O problema é o problema
Parece uma coisa óbvia quando lemos, certo? Mas na prática, não é tanto assim.
Vou explicar. Quando temos um problema para resolver, temos a tendência irracional de pensar demais nele, de focar diretamente no problema.Vou dar um exemplo: uma estudante – vamos chamá-la de Julia – terminou seu curso de pós-graduação e tem 3 meses para entregar o seu artigo para o trabalho de conclusão de curso.
Na primeira semana, Julia está empolgada: cria cronograma, vê os livros que precisa ler, pesquisa sobre o tema, procura trabalho de base… Depois dessa pesquisa inicial, ela define que tem um mês para ler tudo, organizar e começar a escrever de fato. Calculou também que levará cerca de 2 semanas para escrever, o que dava 2 semanas para que o orientador revisasse, pedisse as correções e Julia as fizesse.
Tranquilo e planejado, certo?
Aí chega a hora de sentar para escrever. E o cursor fica ali, piscando na tela branca. Você sabe que precisa começar a escrever ou vai prejudicar todo o seu cronograma, mas as palavras simplesmente parecem fugir da sua cabeça.
Todo dia Julia senta, abre o arquivo e tenta escrever… E nada. Quanto mais ela tenta escrever menos consegue… Por que isso acontece? Porque Julia está focada no problema, e não na solução. O problema que Julia enfrenta é precisar escrever o seu TCC – e é só no que ela consegue pensar.
Como o David fala no livro, “focar no problema todos os dias significa travar uma batalha a ser constantemente perdida”. Ou seja, temos que desviar a atenção do problema para conseguir resolvê-lo.
Tire o foco do problema. Como?
O David fala em diversas atitudes e técnicas que pessoas – anônimas e famosas – tomaram para conseguir isso. E eu vou falar sobre algumas. Espero que te ajudem na solução daquele probleminha chato que você precisa resolver.
Encontre uma boa distração
Sabe quando te falam para dar uma volta, ouvir uma música, ver um vídeo no YouTube…? Isso ajuda bastante. É retirar o problema do foco da sua mente. Quem já chegou à solução de um problema durante o banho, enquanto estava dirigindo ou caminhando sabe bem do que eu estou falando.
Seja outra pessoa por um tempo
Olhe o seu problema com os olhos de uma terceira pessoa. É mais fácil encontrarmos solução para o problema de outras pessoas do que para os nossos, não é? Esse é um exercício que pode ajudar bastante na hora de se distanciar do problema.
Faça algo que você nunca fez
Fazer coisas novas ativa novos olhares e adiciona novos repertórios em seu cérebro. E quando falamos em algo novo eu não falo em fazer aquele mochilão ao redor do mundo, pular de paraquedas ou asa delta. O simples fato de mudar uma rua no seu itinerário de volta para casa ou ida ao trabalho pode ajudar bastante nisso.
Ligue para o seu amigo de cabelo roxo (ou azul)
Calma, não é literalmente. O que quero falar aqui é para que você converse com pessoas diferentes de você. Pessoas com vivências diferentes e experiências diferentes terão uma visão diferente do seu problema – e essa visão pode te ajudar a chegar na solução.
Movimente-se!
Levante da cadeira, vá fazer uma caminhada, corrida, nadar ou qualquer esporte que te agrade. Mover o corpo libera endorfina. Endorfina te deixa feliz. Felicidade distrai a sua mente do problema. E sabe o que isso significa? 🙂
Faça algo fora de ordem
Quebre o padrão. Inverta a ordem de alguma atividade. Já pensou começar a escrever um texto pela conclusão? Não faz muito sentido, não é? Mas… E se o não fazer sentido seja exatamente o que a sua cabeça precisa para chegar à solução do problema? Pense nisso.
Saia do quadrado!
Aqui é literal. Saia da sua mesa, da sua sala, do seu escritório ou seja lá de onde você esteja confinado tentando resolver o problema. O confinamento físico também confina as ideias.
Ah Andreza, isso parece balela. Mas não é. Pode tentar. 🙂
Por que esse livro é importante?
Todos nós nos deparamos com problemas diariamente, em todas as áreas de nossas vidas. Além disso, para muitos, resolver problemas é o seu trabalho. Então, nada melhor do que entender formas diferentes – melhores até – de resolver esses problemas.
É uma coisa imediata? Não. É complicado mudar a forma como pensamos em algo quando isso é feito da mesma maneira há tanto tempo. Mas eu quero te convidar a tentar. Tentar tirar o foco do problema – tentar e testar.
E, claro, não deixe de compartilhar a sua experiência – tanto o que você já faz quanto os resultados que o livro e as ideias de David trarão para sua vida e a forma como você resolve os problemas não mais insuperáveis.
Até a próxima! 😀