Se o e-commerce é um dos poucos segmentos que manteve o crescimento – apesar da crise que empaca o país desde 2015 e não tem hora para acabar – o marketing de conteúdo, então, não tem nada do que reclamar. Visto como um investimento bom e barato, capaz de gerar engajamento e upselling, o marketing de conteúdo já não é mais uma grande incógnita para gerentes de empresas de todo e qualquer porte. Por outro lado, empresas especializadas em conteúdo surgem a todo momento, com os nomes mais criativos possíveis e laçando, como podem, bons (e maus) redatores em número suficiente para abocanhar essa gorda fatia do mercado de marketing digital.
No entanto, nesse setting em que o cliente se faz o ser supremo, porque, obviamente, detém a verba, nós, redatores, não raro saímos prejudicados. É que nem todos os clientes entendem bem – ou sequer acreditam – na proposta de atrair clientes por meio do conteúdo qualificado, o que só gera inúmeros transtornos. O que os clientes não sabem é que o mercado não está mais favorável para eles do que para os profissionais que efetivamente produzem conteúdo, e qualquer deslize pode significar a perda de um redator preparado para atendê-los em suas estratégias.
Em outro post, já falei sobre como deveria ser o comportamento dos redatores para sobreviver nesse meio cão. Mas, neste, eu resolvi enumerar algumas das razões que fazem com que nós, redatores, simplesmente abdiquemos de um cliente problemático para escolher outro. Sim, acredite se quiser: estamos podendo escolher, então segura nas mãos de Deus e vai.
Cliente ignorante
Calma! Não estou me referindo ao tipo de ignorância a que todos nós, seres humanos, estamos sujeitos. Não tem a ver com desconhecimento, que é absolutamente natural. O que eu quero dizer com esse tópico é que cliente ignorante não tem vez no mercado. Sim, aquele que maltrata o redator publicamente só para fazer bonito para o superior; que, volta e meia, compete com o redator para ver quem escreve melhor e adora dar lições de moral, cívica e escrita para nós, profissionais que nos preparamos diariamente para escrever sobre tudo quanto é assunto. Só há uma solução para o cliente ignorante: vou pra Porto Alegre, TCHAU!
Cliente cheio de si
Desde 2014, quando resolvi apostar na produção de conteúdo, devo ter entregue, no mínimo, 300 posts para os mais diversos clientes e sobre os mais variados assuntos, desde cambagem de veículos até conselhos amorosos para adolescentes. Então, meu caro cliente, todas as vezes em que você quiser que refaçamos um texto completamente adequado à estratégia, mais de uma vez, só porque ele não condiz com a excelência da sua marca de camisinhas comestíveis, pense duas vezes. Marcas belas e produtos inovadores são o que não faltam por aí.
Cliente enrolado
Um (bom) redator profissional tem tanta demanda, e demanda originada de tantas frentes, que sobra pouquíssimo tempo para correr atrás de pagamentos (além de ser algo chato pacas). Ou seja, não importa se você deva o pagamento de um post ou de um pacote: se procura um redator de confiança, que venha a se aprofundar nas qualidades do seu produto ou serviço, desenvolvendo uma linguagem que você adora, é simples: pague em dia, ou pelo menos, conforme o combinado. Não é nada pessoal, mas obviamente iremos botar no início da fila os clientes que nos asseguram o arroz com feijão no fim do mês.
Cliente inseguro
Esse é um tipo bem comum de cliente – e nem sempre é fácil de lidar com ele. O cliente inseguro tende a reproduzir as características do cliente ignorante e cheio de si, mas nem sempre com maldade. É aquele que vai te obrigar a cravar o nome da empresa no meio de um post de topo do funil de vendas. Que vai transformar o blog num catálogo online e que irá, diariamente, reclamar do serviço do redator como forma de ofuscar suas próprias deficiências. Ou o que vai te pedir mil sugestões e não aplicará nenhuma. Se você já lidou ou está lidando com cliente inseguro, calma, é com ele que muitos redatores saem do sério (e do job).
Cliente “de boas”
Este é o cliente mais buscado entre os redatores, pois é o mais fácil de lidar. Mas é bom ter muito cuidado com ele. O cliente “de boas” é aquele que deposita o dinheiro na conta direitinho e deixa o barco correr sem interferir na produção de conteúdo. Só que, num belo dia, o cliente acorda, não tão de boas assim, e resolve questionar item por item de cada um dos 164 posts que você escreveu para o blog dele nos últimos seis meses. E aí, meu amigo, vai ser difícil contornar a tempestade. Cliente não tem que ser intrometido, mas também não pode ser apático.
Ok, Marcos, você acabou de detonar os clientes indesejáveis e espero que você nunca mais volte a trabalhar com conteúdo, maldito! Mas afinal de contas, para encerrarmos essa polêmica, como é que um cliente deve ser para ter sempre ao seu lado redatores bacanas que vão só agregar coisas boas à marca? Bom, gente, não precisa de muito não. A bem da verdade, sei bem que não existe essa coisa de relacionamento perfeito em nenhum segmento. Mas nosso dever, como profissionais, é sempre tentar. No caso do marketing de conteúdo, para a relação cliente/redator dar certo é preciso, antes de tudo, que ambos tenham conhecimento do que envolve essa estratégia e, em segundo lugar, que se respeitem e confiem no trabalho um do outro.
Acabou o mito do “cliente tem sempre razão” no ramo do marketing de conteúdo. Se quiser que o ROI compense, o cliente não tem mais que ter sempre razão. Ele precisa é ser parceiro, do início ao fim, e contribuir para a estratégia com algo muito mais valioso que grana: seu conhecimento. No mais, deixem a gente trabalhar!
E então, você já se deparou com algum desses clientes durante sua carreira como redator freelancer? Qual deles? Sugeriria mais alguma categoria para incluir na nossa lista? Deixe seu comentário!