Como você se sentiria se, ao pegar uma carona numa nave espacial, você percebesse estar embarcando numa tora de madeira que se transformou num pato de borracha antes de virar uma bigorna que passaria a ser um novelo de lã orbitando pelo espaço?
Provavelmente da mesma maneira que um inscrito se sentiria se não percebesse um padrão no formato do seu canal. O que pode fazer com que você não consiga a retenção que deseja nos vídeos que você publica no Youtube.
Se você também prefere saber onde está pisando e não ser vítima do Gerador, leia até o final. Mas se você, assim como eu, também gosta de estar aberto a novidades ou é fã do Guia do Guia do Mochileiro das Galáxias, leia até o final para a sua casa não cair.
Pegue a sua toalha e lembre-se: Não entre em pânico!
Sua Nave Cyber Espacial
Na trilogia de O Guia do Mochileiro Das Galáxias, de Douglas Nöel Adams, o Gerador de Improbabilidade Infinita é um recurso utilizado para cruzar todos pontos do universo ao mesmo tempo. Coisa que é bem improvável.
É em homenagem a essa trilogia que existe O Dia da Toalha – evento muito popular entre os mais engajados na cultura Pop – baseado na importância vital que a toalha tem para que o protagonista sobreviva numa aventura logo após ter sua casa demolida.
Então você me pergunta “O que isso tem a ver com o meu canal?”.
Essa é uma excelente pergunta! Já vi que você é uma pessoa muito esperta e não se deixa enrolar. Parabéns.
A verdade é que isso tem muito a ver com o formato dos vídeos que você publica no YouTube. Suponhamos que o seu canal seja uma nave que você espera receber tripulantes que possam viajar com você pelo universo do seu conteúdo. Para isso, é necessário que você pense na experiência da sua companhia desde sua entrada até sua saída. Não esquecendo o tempo que ele passará lá dentro com você.
Quanto mais você oferecer na viagem, melhor. Richard Branson e Silvio Santos, que já tiveram a experiência de animar pessoalmente aos seus tripulantes, são a prova viva disso. Contudo, quando são expostos ao Gerador, que assume todas as formas improváveis, o personagem de Douglas Adams sente um tremendo mal estar. O que suponho que você não queira que aconteça à sua tripulação.
Skalobaloba
De acordo com o Neuromarketing nosso cérebro busca por padrões. E, uma vez, que possamos defini-los, teremos o Mapa da Mina. O caminho certo para a compra.
O formato dos seus vídeos é a embalagem do seu conteúdo. Os canais mais bem sucedidos do YouTube seguem um padrão para entregá-lo. Nem que seja por meio de projetos diferentes. Ou quando querem fazer algo completamente despretensioso e sem compromisso com a maneira como isso chegará até o expectador, criam um canal alternativo no qual essa é a premissa. O que, a partir daí, passa a ser o padrão desse novo canal.
Mas os projetos que geram mais resultados no crescimento dos seus canais são formatos consistentes. Episódio após episódio.
No canal Porta dos fundos, por exemplo, apesar de sempre mostrar diferentes esquetes já temos certeza que vamos encontrar esquetes. Não só isso, como esquetes de curtíssima duração e que tratam de uma situação inusitada que vai ficando cada vez mais exagerada até ser interrompida pela vinheta (que fecha a estória). Logo em seguida tem mais alguma coisa que acontece enquanto os créditos são exibidos junto com indicações de vídeos anteriores e link para inscrição.
Há sequências de abertura que são tão consistentes que é difícil não querer se deixar levar. Um bom exemplo disso é o Jovem Nerd, que sempre começa seus vídeos com Alexandre Ottoni e seu icônico grito “Lâmbda-lâmbida-lâmbida, Nerds!”. Ou o Poligonautas com o seu inconfundível “Skalobaloba! Olá pessoas, eu sou o Schwarza e bem vindos a mais um PoligoPocket…”
Logo, segmentos dentro do programa assim como branding e slogans consistentes tornam sua marca mais forte e fazem com que seu conteúdo seja absorvido de modo mais fluido até ser gravado na mente da sua audiência.
Ou mesmo causar o famoso “efeito chiclete”. Que faz com que a gente reproduza, até mesmo de modo involuntário, aquilo que vemos ou ouvimos.
Enfim
Por mais infinitas que sejam as possibilidades na internet ou com os mais improváveis recursos que encontramos a cada dia, devemos colocar cada coisa em sua devida caixa. E de preferência, dar um rótulo a ela. Infelizmente, por menos que queiramos ser rotulados, nesse caso, um planejamento mínimo e testes recorrentes tornam tudo mais fácil para nós mesmos nos encontrarmos no final.
E uma vez que sua nave esteja preparada receber cada tripulante, com o tempo, vai ficar cada vez mais fácil seguir o modelo consolidado de cada viagem. E enfim, você vai poder deixar tudo seguir: no piloto automático.
Eu acho que nunca mais vou conseguir um contexto tão adequado para essa colocação…
Digaí nos comentários se você consegue identificar o padrão no formato de algum canal que você acompanha ou deixe suas dúvidas que teremos o maior prazer em dar continuidade a essa conversa.
E como sempre:
Muito sucesso para você!
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