Você montou um negócio e agora quer que o público o reconheça como referência no segmento, além de consolidar sua marca e evidenciá-la nas mídias tradicionais e digitais. Esse é o trabalho do assessor de comunicação, que produz conteúdo para canais de mídia sobre a sua empresa e, através da sua relação com a imprensa, garante visibilidade para o seu produto, seja ele comercial, institucional ou organizacional.
Objetivo
“Aonde você quer chegar?” Acredito que esse seja o principal questionamento do assessor para o empresário. Qual o caminho a ser percorrido. Definido o target, o profissional vai analisar o direcionamento que ele vai tomar e as ferramentas a serem usadas.
“Eu quero que a minha empresa ganhe investidores, empresários e parceiros”
Poderia ser feito um site, Fan Page e conta em outros sites de redes sociais, dependendo do segmento, destrinchando o produto ou serviço oferecido, através de releases, vídeo-marketing, conteúdo e monitoramento das mídias sociais e um press kit para a imprensa (pra quem não sabe, press kit é um pacote de informações, contendo um texto explicativo para chamar a atenção dos jornais, fotos, vídeos e uma amostra do produto). Além, de um clipping a cada final de estratégia com os resultados para exibir aos empresários.
“Somos novos e queremos firmar a nossa marca”
Dependendo do público, utilizar mídias sociais (Facebook para todos os públicos; Foursquare para ramo hoteleiro e alimentício, principalmente; Instagram e Pinterest para produtos mais visuais como moda, tecnologia e automobilismo; e LinkedIn para todos os segmentos. Fomentaríamos a marca com ações promocionais de venda, produtos de mídia, e-mail marketing com mailing direcionado e inserções nos canais de imprensa, tanto gratuita como pautas, quanto pagas, como anúncios.
“Somos consolidados, mas queremos aumentar nossos consumidores”
Uma das soluções seria direcionar o produto ou serviço para um público ainda não explorado. Um hotel que em determinadas épocas não bate a meta de hóspedes, pode chamar a atenção para o restaurante do local ou o salão de eventos, pautando a imprensa com as modalidades do empreendimento e criando artes gráficas com preços, variedades e capacidade de pessoas, convidando para um “tour” no local.
Mas não é só lucro
A função principal do assessor de comunicação é firmar a marca, garantindo a confiança do público, resultando em lucro, e não apenas ganhar dinheiro. Para instituições governamentais, é imprescindível ter esse departamento, para mostrar a população os esforços da prefeitura, por exemplo, em atender a sua cidade e responder os seus questionamentos, podendo garantir a reeleição de um político. Hospitais, escolas podem adquirir um assessor para criar uma proximidade com seu público, mostrando seu cuidado com alunos e pacientes, suas instalações, profissionais, seu desenvolvimento e a relação com a cidade, tornando a instituição mais humanizada.
Para empresas de médio a grande, é ideal para mostrar o catálogo de serviços do local, as especializações e porque ela deve ser referência no segmento, através de estratégias de comunicação, atualização dos sites de redes socais e relacionamento com veículos de comunicação. Ah! E também precisa ser realizada a comunicação interna.
Dentro da empresa
Companhias de grande porte podem ter dificuldades de passar informação entre os setores, deixando todos sem saber o que se passa na firma. Podem acontecer falhas como o “telefone sem fio” ou a desinformação total. O papel do assessor é conhecer a fundo cada departamento, selecionar as fontes mais importantes e estabelecer um meio de divulgação de notícias que atinja completamente ou grande parte da empresa.
Para o caso de colaboradores que trabalham longe da sede, como empresas rurais, o ideal seria uma rádio institucional. Para empregados que não podem usar dispositivos móveis, como distribuidoras, fábricas e call centers, uma TV institucional tipo Out of Home, poderia informar melhor o trabalhador. Já multinacionais, que contam com mais de 4.000 funcionários, precisa abusar de estratégias como jornais murais, informativos impressos e digitais, utilizando o Issuu, além de site, blog ou Fan Page. Sistemas de comunicação na intranet também são uma boa aliada para quem não pode sair do posto de trabalho.
Aplicativo de assessoria
Um aliado para o assessores disseminarem seus releases é a plataforma Imprensa.me, ele permite que produtores de conteúdo, Relações Públicas e jornalistas troquem informações e repassem pautas para seus segmentos de trabalho. O site também possui sala da imprensa, com todas as informações multimídia de uma empresa, além de contatos das fontes.
Com a palavra, Suzana Valença
Definição – o termo “assessoria de imprensa” ficou desatualizado com o tempo. O cargo acabou se tornando “assessor de comunicação” porque o comunicólogo acabou prestando muitos outros serviços que não apenas o diálogo com a imprensa. Fazer uma empresa conversar com seus públicos passou a ser também escrever livros ou revistas, atualizar blogs, manter redes sociais atualizadas. A própria ideia de que apenas os veículos da chamada grande imprensa seriam os únicos modos de falar com a sociedade também ficou velha. Hoje, o assessor de comunicação dialoga com blogueiros, instagrameiros, tuiteiros, enfim, criadores de conteúdos para diferentes plataformas. A imprensa continua no posto de grande formadora de opinião. Mas não é a única.
Propósitos
A assessoria de comunicação, pensando exclusivamente na tarefa de comunicar as notícias e mensagens da empresa cliente para veículos de comunicação, serve dois propósitos básicos. O primeiro é ajudar na construção da reputação da empresa. Estar na mídia de forma positiva é uma maneira de, aos poucos, construir ou fortalecer a imagem da marca. Quando uma empresa é citada em uma reportagem por um novo produto, prêmio recebido, técnica desenvolvida, enfim, quando a empresa produz um fato novo digno de notícia, esta exposição positiva ajuda no fortalecimento da credibilidade da marca. Um exemplo que eu posso citar é uma ONG para qual trabalhei por sete anos. Minha função era, inicialmente, informar a imprensa sobre as ações beneficentes da instituição. No primeiro ano, eu precisava apresentar a ONG aos repórteres, explicar qual era o seu trabalho, porque ela precisava de doações, etc. Com o tempo, o trabalho de divulgação somado à seriedade da atuação da ONG resultou na construção de uma reputação extremamente forte. Com o tempo, era preciso mais se apresentar. Quem cobria o setor já conhecia o trabalho da ONG e sabia da responsabilidade com o qual todas as atividades eram executadas.
O segundo grande propósito de uma assessoria de comunicação é ajudar empresas a passarem sua filosofia para seus públicos. Neste caso, não tem essa de “fale mal, mas fale de mim” ou “qualquer publicidade vale a pena”. A empresa quer estar no jornal de amanhã, ok. Mas em uma matéria sobre que tema? Trabalhei para uma grande indústria que já estava na mídia regularmente. O produto da empresa era líder do mercado com uma grande margem, a fábrica era o maior empregador na cidade sede e a marca estava sempre na lista das mais lembradas pelos consumidores. Para este cliente, “sair no jornal” era dia a dia. A meta da comunicação era mais interessante. Ao invés de uma meta quantitativa (quantas matérias foram publicadas no mês citando a empresa), havia uma meta qualitativa extremamente específica. A empresa definiu que atributos ela gostaria de ver associados aos seus produtos e a ação de comunicação trabalhava estas definições. A contagem mensal não era em citações, mais em quantas vezes o produto x foi descrito com o atributo y e assim por diante.
Por que contratar
O assessor é o especialista em comunicação que vai trabalhar junto à alta gestão da empresa para traduzir as metas de imagem, reputação, filosofia e direcionamento para o público-alvo. É uma função importantíssima que não deveria nunca ser relegada a segundo plano ou a um profissional não capacitado. A Associação Brasileira de Agências de Comunicação (Abracom) publicou um guia para ajudar empresas a contratar o serviço de assessoria, a publicação pode ser baixada de graça aqui.
Comunicação interna – Embora diferentes, a comunicação externa (para público fora das paredes da empresa), e a comunicação interna (para funcionários) estão extremamente ligadas. Elas se assemelham no momento que as notícias e a filosofia da empresa comunicadas externamente têm que ser as mesmas comunicadas para os funcionários. Parece óbvio. E é. Mas muitas empresas ainda erram neste ponto. Soube de um funcionário que foi informado sobre uma mudança importante na sua empresa pelo taxista que levou ele para o trabalho um dia. O motorista havia lido a notícia no jornal. O funcionário foi pego de surpresa. Atendi uma empresa de alimentos que fazia degustação dos novos produtos dentro da fábrica antes das novidades chegarem às prateleiras dos supermercados. Os funcionários de uma empresa são os melhores “informantes” sobre ela e as fontes com mais credibilidade. Esse público tem que estar bem informado.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) feita com 1.085 profissionais sobre o perfil do Profissional de Comunicação Organizacional no Brasil, na percepção da maioria dos participantes (78,2%), o mercado de comunicação corporativa vai crescer nos próximos 5 anos, sendo que 25,8% acreditam em um grande crescimento.