Na última terça, foi  a vez do Fórum de Marketing Digital – Digitalks passar pelo Rio de Janeiro. O evento, que o Digaí já havia divulgado por aqui, ocorreu em meio a greve de motoristas de ônibus da cidade maravilhosa. Mas, isso não foi suficiente para tirar o brilho da programação que ocorreu no Hotel Othon Palace em Copacabana. Confira aqui o que rolou.

 

João Torres da IVC Brasil abriu a programação do Digitalks Rio “Detalhando o poder do dado digital”. O recado principal foi sobre a importância de ficarmos atentos ao padrão de anúncios que os Estados Unidos adotaram recentemente, o ad viewability.

 

Com a nova regra, somente anúncios visíveis podem ser contabilizados. A medida serve para coibir o fake traffic, aquele banner não visível que consegue driblar o web analitycs e joga dinheiro das marcas no lixo. Aqui no Brasil, precisamos ficar de olho e exigir transparência.

 

A Vitrio trouxe Eduardo Muniz que contou quais são os sete pecados capitais da má utilização de métricas no marketing digital e no e-commerce.  Ao final, ele deu as dicas para evitar esses pecados. Tome nota:

 

Os 7 pecados capitais da má utilização de métricas

 

1. Luxúria: comprar palavras-chave no Google Adwords sem critério.

Dica: Seja sempre muito específico na compra de mídia. Saiba onde você quer chegar.

 

2. Inveja: não é porque a outra empresa adotou aquela ferramenta super cara, que você também tem que comprar. Existem muitos recursos de excelente qualidade e gratuitos. Do mesmo modo, não faça economia porca, pois o barato pode sair caro.

Dica: Calcule os custos ocultos em suas atividades.

 

3. Soberba: pare de achar, tenha certeza.

Dica: prove com dados, aproveite as ferramentas gratuitas (ex: A/B Test) para fazer testes e falar com propriedade, não com achismo.

 

4. Avareza: não economize dados. Compartilhe. Temos acesso a muitos dados e não temos tempo para ver tanta coisa. Conclusão: a fonte fica lá escondida sem servir a ninguém.

Dica: Compartilhe dados e você estará economizando tempo e ganhando eficiência.

 

5. Preguiça: quantos de nós sabemos que o código do Google Analitycs pode ser modificado para refletir o que realmente precisamos?

Dica: deixe de preguiça e modifique para que a ferramenta reflita o que você necessita. Invista em tagging avançado.

 

6. Ira: já passamos da Era da Informação, estamos na Era da Inteligência! Por que 80% de seus recursos são investidos em tecnologia e apenas 20% em gente analítica?

Dica: Invista em gente capacitada.

 

7. Gula: quando você paga seus provedores, quem leva o maior pedaço da torta? Com os impostos altos e a dificuldade para as agências se manterem, a agência fica com aproximadamente 50%. Você precisa saber como a verba é distribuída.

Dica: Exija transparência de seus provedores.

 

“Se o clique não gera conversão, não adianta. Estamos medindo a métrica errada. Precisamos converter!”

 

Transformações do novo consumidor digital

 

Mariana Ferraz do Google apresentou dados interessantes:

 

  • O Brasil é o segundo país em número de buscas no mundo;
  • 52% dos brasileiros conectados acessam a internet e TV simultaneamente;
  • 50% é a parcela estimada de pessoas que irão procurar sua marca online depois de serem impactadas no off-line;
  • 63% das pessoas fazem pesquisa na internet antes de comprar;
  • Em 2020, haverá 7 bilhões de pessoas conectadas em todo o planeta.

 

O perfil do consumidor mudou. O meio mudou. A tecnologia mudou. Você sabe realmente quem são seus clientes? Onde eles estão?  Hoje, as audiências estão fragmentadas.

 

Antigamente, o consumidor passava pelo seguinte processo:

 

Modelo Tradicional

 

Digai1

 

Novo Modelo Mental

Digai2

 

 

O novo consumidor mostra interesse, faz a busca na internet e a compra mostra no que ele está interessado. É preciso se adaptar a esse novo consumidor. Como? Mariana finaliza dando as dicas:

 

1. Crie um site

2. Aproveite as ferramentas existentes (YouTube, rede de displays, pesquisa orgânica, remarketing) e

3. Crie uma conta no Google Analitycs para acompanhar os movimentos e agir de acordo.

 

Perspectivas e crescimento do mercado digital

 

Num dos painéis durante o evento, o tema debatido foi sobre as “Perspectivas e crescimento do mercado digital do Rio de Janeiro”. Apesar do título restringir o assunto ao Rio, a mensagem vale para o país inteiro.

 

Thiago Sarraf mediou a discussão entre Denis Barreto da TIM Brasil, Jonatas Abbott da Dinamize e Gustavo Pereira da ABRADi RJ.

 

Segundo Gustavo, apesar de todo o cenário tecnológico, há ainda muita dificuldade para contratar mão de obra qualificada. Por conta disso, as agências estão investindo bastante no treinamento de seus funcionários. Segundo ele, 2014 é um ano voltado para a inteligência de dados.

 

Jonatas tocou num ponto bem interessante a respeito de aproveitar as oportunidades. Ele lembra um dado muito importante: a classe C, as micro, pequenas e médias empresas representam 90% do poder de compra brasileiro. Mas, parece que ainda olhamos pouco para esse “pote de ouro”.

 

Enquanto agências correm atrás de contas de grandes empresas, tem muita empresa de pequeno e médio porte com potencial para crescer precisando de ajuda das agências. Faltam produtoras para atender grandes agências, e por aí vai.

 

Afiliação: a próxima fronteira do Marketing Digital

 

Na Fast Session sobre afiliação, Leandro Kenski da Rise diz que ainda estamos subdesenvolvidos neste quesito.

 

Nos Estados Unidos, 23% das vendas dos e-commerce são através de afiliados, enquanto no Brasil essas vendas são estimadas em 2%.

 

Não devemos encarar esse cenário com pessimismo, mas enxergar aí uma oportunidade. A previsão é de que alcancemos os 15% de vendas através de afiliados, em 2018!

 

Em seguida, foi a vez da Solange Carvalho, da Exact Target  falar sobre campanhas baseadas no ciclo de vida: aquisição, ativação, engajamento e retenção.  Destaque para os quatro pilares do relacionamento digital: relevância, timing, oferta e continuidade.

 

O Facebook marcou presença no evento com Wesley Barbosa apresentando o programa Preferred Market Developers  (PMD). O PMD é uma campanha para acelerar startups e transformá-las em um PMD.

 

Como fazer SEO sem link building

 

Link Building perde cada vez mais importância na melhoria dos resultados orgânicos. Denis Casita, da Performa Web, deu três dicas super úteis para fazer SEO sem link building:

 

  1. Melhore a experiência do usuário: através de conteúdo relevante, landing pages otimizadas.
  2. Melhore o tempo de carregamento do seu site: o buscador prioriza o site mais rápido.
  3. Otimize o snippet: títulos com 60 a 80 caracteres ainda são boas opções, altere meta descriptions duplicadas.

 

Foco no Consumidor

 

No painel de debate sobre foco no consumidor, Thiago Sarraf mediou a conversa entre Tiago Luz da VTEX, Alexandre Crivellaro do IBOPE e Sandra Magalhães, da Huge.

 

Num bate papo produtivo, Alexandre diz que hoje em dia a primeira coisa que a gente faz antes de comprar em uma empresa, é consultar o nome dela no Reclame Aqui.

 

Sandra observa que o Marketing mudou mais nos últimos dois anos do que nos últimos 50.  Acrescenta que a maturidade digital das empresas é baixa. Geralmente, estão presentes em diversos canais, porém sem estratégia. É preciso adotar uma estratégia de marketing integrado e acompanhar os números. Marketing é número.

 

Para Tiago, o problema é a falta de treinamento. Os serviços e atendimento precisam de pessoas treinadas para tal. Pior do que isso é que nós, consumidores, nos acostumamos a ser maltratados.  Tanto que o que nos chama mais atenção é o bom atendimento/serviço e não o contrário.

 

Felizmente, o cenário hoje faz com que o preço da ineficiência seja pago pela própria empresa ineficiente, não mais pelo consumidor.

 

Tiago, Sandra e Alexandre sugeriram as três dicas, respectivamente:

 

  • Tratar o consumidor de forma correta. Focar no simples;
  • Olhar para dentro de casa. Tentar entender quem é o cliente antes de decidir onde investir;
  • Entender onde o seu usuário está.  Utilizar testes A/B nas páginas e olhar o que os concorrentes estão fazendo.

 

Oportunidades no mundo digital

 

O Investidor Anjo João Kepler fez a plateia refletir sobre qual a imagem e percepção que o mercado tem de sua marca.

 

A revolução hoje é social, de pessoas para pessoas. Assim, precisamos fazer uso mais inteligente das tecnologias.

 

Assista ao vídeo utilizado durante esta conversa produtiva.

 

Ele lembrou de fatos ocorridos por falta de inovação, como a falência da Kodak, a Motorola que perdeu espaço para a Nokia e Samsung.

 

Num discurso motivacional, Kepler cita que só os visionários enxergam além do óbvio. E que as únicas barreiras entre o que fazemos e o que não fazemos são nossas atitudes e desculpas.

 

Enfim, o Marketing na internet deve ser focado nas pessoas. Além das conexões e engajamento, é fundamental atentar para o impacto na vida, mente e alma das pessoas.

 

 

 

 

 

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