Na semana que antecedeu o carnaval comuniquei a minha editora Andreza Mendes que ficaria um pouco ausente, já que estava fazendo parte da equipe responsável pelos canais oficiais da Prefeitura de Olinda na cobertura digital do seu carnaval. Assim que informei meus motivos fui intimado pela também colunista do Digaí, Erika Zuza, a fazer um artigo que tratasse dos bastidores dessa cobertura.
Desde então, penso em como descrever essa experiência sem que ela parecesse uma propaganda minha ou da agência em que trabalho, mas que servisse como um canal de discussão onde outras pessoas pudessem comentar sobre suas experiências em grandes coberturas.
Dessa forma, pensei em começar falando das dificuldades e dúvidas nos formatos dessa cobertura. Como a equipe era bastante enxuta, decidimos priorizar algumas redes sociais, partindo pelas redes em que tínhamos uma maior audiência, o Facebook, Instagram e Twitter, além do Site Oficial do Carnaval.
Também usamos o Flickr como banco de imagem, onde disponibilizamos todas as fotos em alta qualidade para serem usadas pela imprensa. O YouTube foi alimentado com vídeos de momentos especais da grande festa. Também foi criada a hashtag #CarnavalDeOlinda, que acabou sendo utilizada largamente por veículos de comunicação e foliões, fazendo com que ela ganhasse vida própria e se tornasse mais um canal de interação e intensa atualização sobre a festa.
Decidido as Redes em que trabalharíamos, partimos para o operacional e definimos que teríamos sempre duas pessoas nas ladeiras munidos de um Samsung S4 4G da VIVO (era a única operadora que permitia o mínimo de conexão durante o carnaval nas ladeiras de Olinda), e dois jornalistas no QG que foi estruturado na sede da própria Prefeitura (a Prefeitura fica no foco da folia e os principais blocos passam na frente), além de um programador que cuidava do site e ajudava em edições rápidas de imagens.
Quem ficava no QG tinha a missão de alimentar com matérias o portal do carnaval e o Facebook, de acordo com os vídeos e imagens feitos por quem estava cobrindo in loco. Alugamos 4 rádios comunicadores e as pessoas que estavam na retaguarda também tinham a responsabilidade de pautar quem estava na rua, informando onde estavam os principais blocos, locais de concentração e informações básicas.
Definimos um tempo mínimo de 40min por postagens no Facebook para não saturar o feed dos curtidores (algumas vezes postamos com intervalos menores devido a importância do conteúdo), já o Twitter e o Instagram estavam liberados para uma atualização intensa. Ainda tínhamos 3 fotógrafos, um ficou apenas com o prefeito e a agenda mais “coluna social”, outro cobrindo os serviços da Prefeitura que aconteciam durante a folia e um só para a equipe da cobertura digital.
O Carnaval de Olinda é um dos mais divulgados em todo o mundo, tanto pelos meios de comunicação tradicionais, quanto pelas redes sociais e portais de notícias na internet. Por isso, nosso foco era em serviços da Prefeitura e outras instituições públicas, para que o público estivesse constantemente informado sobre pontos de bloqueios, estacionamentos, ônibus especiais, entre outros serviços. Demos destaques ainda a pequenos blocos e aos pólos descentralizados de animação, e claro, também cobrimos os blocos tradicionais, sempre tentando passar uma visão diferente da cobertura tradicional.
O Sábado de Zé Pereira, primeiro dia de carnaval era nosso principal desafio, visto que começaríamos a cobertura às 9h da manhã e teríamos que seguir até o tradicional Homem da Meia Noite, que como já diz o nome só sai de meia noite. Com isso, tínhamos 15hrs de cobertura só no primeiro dia. Fazer a escala de trabalho foi um dos problemas mais difíceis de resolver, nossa equipe tinha apenas 10 pessoas e é humanamente impossível que alguém passe mais de 5hrs subindo e descendo ladeiras, no meio de uma multidão e com um de sol matar. A solução foi dividir a equipe em 3 e cada uma cobriu 5hs.
No primeiro dia também tivemos a “grata” surpresa de perceber que a programação oficial, na qual usávamos para pautar quem estava na rua, estava completamente errada. Chegamos a ir para concentrações bem afastadas de blocos tradicionais e lá ficamos sabendo que o bloco não saía há mais de 3 anos. Os pólos descentralizados também foram um banho de água fria no primeiro dia, justamente por serem fora do foco de animação eles não são muito divulgados pela imprensa em geral, e achamos que seria interessante darmos essa “força”, mas dos 3 pólos que fomos cobrir, apenas um estava funcionando quando chegamos.
Os imprevistos do primeiro dia serviram para a equipe perceber que isso era o carnaval, que não dava para ser muito metódico, os vários roteiros que fizemos na pré-produção não funcionariam, e o mais importante, onde tem muito folião fantasiado tem sempre uma história interessante e a pauta nunca cai. Com isso em mente, fizemos mais de 64 horas de cobertura do Carnaval de Olinda, foram publicados no Facebook 87 postagens, mais de 700 fotos e quase 200 vídeos no Instagram. O site oficial do Carnaval foi alimentado com 92 matérias e obteve 95 mil visitas únicas na última semana, além de quase 300 mil visualizações de página. No YouTube, foram postados 27 vídeos relacionados ao Carnaval, desde o começo de fevereiro e durante a festa.
No Facebook, entre a quarta-feira pré-carnavalesca e a quarta-feira de cinzas, foi registrado um alcance total de um milhão e duzentas mil pessoas, um aumento de mais de 300% em relação à semana anterior. A página da Prefeitura nesta rede é seguida por 25.530 usuários, 1.791 novos curtidores somente durante os quatro dias de folia. Ainda durante a semana do carnaval recebemos 2.940 comentários e tivemos 5.107 compartilhamentos de nossas publicações. A média de alcance de cada publicação foi de 10K, com publicações atingindo picos de 230 mil pessoas.
Essa foi a nossa primeira experiência com a cobertura digital de um evento tão grande e eu adoraria conhecer histórias de outras coberturas, quais estratégias foram utilizadas e os resultados obtidos. Se você já participou de algo parecido me conta como foi nos comentários!
Abaixo mais dois canais virtuais da Prefeitura de Olinda que não foram citados no texto, mas onde também pode ser visto melhor o trabalho realizado: