Essa questão pode parecer muito fácil de responder e até sem sentido para muitos empreendedores, afinal, ser selecionado por uma incubadora  pode ser o primeiro passo para demonstrar que sua startup está no caminho certo.

 

Além disso, alguns ganhos são bem comuns na maioria dos processos de incubação no Brasil e pesam positivamente para atrair empreendedores, como:

 

  • Maior visibilidade para os veículos de comunicação: é muito comum que jornalistas visitem periodicamente as incubadoras para identificar os novos empreendimentos;

 

  • Disponibilidade de infraestrutura para começar o negócio: onde são oferecidos mobiliários, ambientação e recursos de apoio administrativo e de informática que, normalmente, não fazem parte da vida de um empreendedor iniciante;

 

  • Apoio na construção de projetos de captação: muitas das incubadoras sobrevivem de recursos públicos e têm maior clareza dos critérios relevantes de análise, tornando a captação de recursos públicos mais profissional;

 

  • Treinamento gerencial e assessoria contábil/financeira: normalmente, os empreendedores são especialistas no produto, mas poucos tem vivência em aspectos do negócio e isso já foi percebido pelas incubadoras que os ajudam com capacitações intensivas;

 

  • Troca de experiências entre empreendedores: naturalmente, empreendedores em estágios semelhantes de suas startups e convivendo próximos tendem a compartilhar suas vivências e aprender entre eles.

 

Estes pontos deveriam tornar a resposta ainda mais simples, mas recentemente, passei a acreditar que esta resposta não deve ser dada sem uma reflexão mais detalhada de como uma incubadora pode agregar valor a sua startup, principalmente, por questões como:

 

  • Até que ponto os profissionais das incubadoras têm trajetória que consiga entender a dinâmica e velocidade de um novo negócio? Isso fica ainda mais forte quando se trata de incubadoras nascidas ou aliadas a centros de pesquisa universitários que estão acostumados com os “tempos” das empresas públicas;

 

  • Como a incubadora pode ajudar o empreendedor a acessar o mercado que nem ela mesma conhece? Afinal, grande parte da rede de relacionamento das incubadoras está dentro deste ambiente e não fora;

 

  • Será que as condições “confortáveis” listadas acima e a duração da incubação podem acomodar o empreendedor a uma situação que não condiz com a competitividade real de mercado e os deixar ainda mais despreparados ?

 

Estes são alguns dos questionamentos que me parecem não são feitos por empreendedores que participam de processos de incubação e só aconteceu a mim porque conheci um jovem empreendedor que já captou R$ 4 milhões de investimentos para sua startup com menos de 1 ano de operação e fez a seguinte afirmação: “eu acredito que empreendedores de alto impacto não precisam ser incubados, eles precisam se focar no seu negócio e trabalhar”.

 

E vocês acham que vale a pena entrar numa incubadora ?

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