Neste podcast exclusivo, conversei com o Leonardo Salazar que, além de instrutor setorial de cultura do SEBRAE, é especialista em Gestão de Negócios. Falamos sobre as perspectivas do negócio da música, sobre o “fazer música” no país, o cenário em que os artistas vivem hoje e o que fazer para trilhar um caminho rumo ao sucesso nesse setor.

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Ouça, comente, aumente o som! Porque hoje é dia de podcast no Digaí!

Mas, antes que você já comece a colocar o fone no ouvido, gostaria de fazer umas considerações bem interessantes que me fizeram enxergar o quanto é curioso esse mundo da música.

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Desde os anos 50, com a bossa nova, a música brasileira vem sendo reconhecida como uma da melhores do mundo. Esse respeito é bem favorável a iniciativas estrangeiras que visam os músicos nacionais. Essa situação leva alguns artistas a investirem fortemente na construção de uma carreira no exterior.

 

Nessa última década, diversas feiras e festivais, tanto na Europa quanto nos EUA, se posicionaram como meios de lançamento de trabalhos musicais e fizeram, inclusive, dessa própria iniciativa um negócio. Diante da chamada crise na indústria fonográfica, tais eventos são boas alternativas para o comércio e a divulgação do conteúdo musical.

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De acordo com a  IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), no ano de 2012 houve o crescimento de 0,3% no mercado global da música. À priori insignificante, esse dado é, sim, uma boa notícia pois se trata de o melhor resultado (único positivo) do setor desde o ano de 1999.

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O que causou essa subida de 0,3% ? Há estimativas que avaliam o aumento das vendas digitais de música e o inchaço de mercados emergentes (Índia e Brasil) como propulsores disso. É o que a Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD) confirma através de seus estudos e também o relatório Record Industry in Numbers (RIN), de novembro, após analisar 49 mercados em todo o mundo.

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O mercado nacional está na contramão da maior parte do mundo porque em 2011 (enquanto o planeta estava no negativo) as vendas cresceram 8,4% e no último ano, 2012, nosso mercado cresceu 5,13%. No total, temos nos dois anos um crescimento de 13,96%. Acho que isso dá samba, não?

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Salvo exceções, as exportações de música nacional não trazem resultados tão significativos e contínuos quanto se especula. Nossa presença no cenário global é esporádica e depende mais dos produtores internacionais do que dos nacionais.

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É importante que o setor cultural preste atenção às oportunidades que o momento atual oferece, pois o crescimento do nosso mercado interno fez despertar a indústria do entretenimento global. Ou você vai dizer que é pura coincidência Paul McCartney estar em cima do trio elétrico nas ruas de salvador? E os blockbusters que são lançados aqui até com a presença de estrelas de Hollywood?

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Com ou sem trio elétrico, a verdade é que, nos primeiros meses de 2013, segundo  International Federation of the Phonographic Industry (IFPI), o mercado da música no mundo atravessou uma nova fase, e dessa vez é ascendente.

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Ao acessar os dados publicados no RIN vemos que os canais digitais agora são 35% da receita total do setor, deixando as vendas físicas no patamar dos 57% ainda. O compadre download (de faixas e álbuns) é a maior fonte de receitas no cenário digital. Os downloads de álbuns crescem mais do que os de singles e do que a venda de vinil, representando 56% das vendas de música gravada. Vale considerar ainda, com base no relatório, que os EUA permanecem como o maior mercado da música. É perceptível ver o nosso mercado se reorganizando, mas ainda temos um problema a ser combatido: as músicas autorais, praticamente, não tocam nas rádios, são inúmeros discos bons que não são ouvidos.

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Há uma relevante torcida para o sucesso da chamada PEC da Música, uma Emenda à Constituição 98/2007. Seu objetivo consiste em reduzir para zero os impostos na venda dos discos, DVDs e faixas digitais de músicas feitas no país. Com a PEC aprovada é possível sentir a diferença entre o preço da música brasileira e o da música estrangeira – o que vai chamar a atenção do consumidor que poderá, então, comprar mais músicas. Assim, a aprovação da PEC torna-se um incentivo para a recuperação do nosso mercado fonográfico. A Apple, por exemplo, demorou a trazer para o país a iTunes Store devido ao cenário tributário, que hoje é de 32% na venda de música.

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Por fim, sempre ouvimos a pergunta: Para onde a música vai neste século XXI? Eu não sei. Mas, é fato que o público exerce, cada vez mais, um papel fundamental na cultura da música. Com o crowdsourcing, vários músicos criam conteúdos para as suas canções, videoclipes e setlists com a ajuda dos seus fãs, e com o uso das redes sociais o público também se transforma em gamer para conquistar faixas, álbuns ou vídeos dos seus ídolos.

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É meu amigo… nada do que foi será… do jeito que já foi um dia…

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Então, confere o podcast e comenta o que você acha de tudo isso.

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Aqui segue o livro disponibilizado gratuitamente para download “Música Ltda: o negócio da música para empreendedores” do Leonardo Salazar.

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