Lançada recentemente a nova série da HBO, O Negócio, temos estampado na “cara da sociedade” o reflexo de um novo cenário no Brasil. O aumento da prostituição? Não. Estou me referindo ao crescimento no número de mulheres empreendedoras no país. Pode acreditar.
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A série que tem como enredo três protagonistas prostitutas que ganham a vida aplicando os conceitos do marketing para construírem reputação, alavancarem o próprio negócio e, entre pesquisas de opinião e posicionamento de marca, adquirir independência profissional conta com o universo do alto luxo paulista como nicho de mercado na trama.
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As empreendedoras Karin, Luna e Magali são na série o que as brasileiras são na vida real. Mulheres que estão descobrindo seus talentos e que saem da zona conhecida para adquirir a responsabilidade do sucesso do próprio trabalho, negócio, empresa. É fácil lembrar-se de Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, ou de Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina, quando falamos de empreendedoras brasileiras de sucesso. Sônia, por exemplo, alavancou a camisaria da sua família de uma forma que hoje o segmento feminino da marca significa 30% dos 190 milhões de dólares anuais do faturamento total da empresa, em apenas três anos.
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O número de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 21% nos últimos 10 anos. Mais do que o dobro do crescimento dos homens, segundo o SEBRAE. Hoje, a cada 100 empreendedores individuais, temos 45 do sexo feminino. O resultado é que o país possui uma população de 7 milhões de mulheres empresárias. As brasileiras são responsáveis por sustentar 35% dos lares deste país. Além disso, temos aqui 61 mil mulheres que lideram franquias, elas chegam a faturar, em média, 32% a mais que os homens da mesma atividade. Porém, as PMEs geridas por elas possuem o crescimento muito limitado, seus principais obstáculos constituem a falta de acesso aos financiamentos, ambiente jurídico pouco favorável e educação/treinamento inadequados.
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Nosso país, por incrível que possa parecer à primeira vista, possui uma das maiores taxas de empreendedorismo feminino dentre os 54 países pesquisados na Global Entrepreneurship Monitor. Agora, mesmo que a realidade do empreendedor seja permeada de muito trabalho – muitas vezes até mais do que a de um empregado de uma grande empresa – o fato da mulher poder gerenciar seu próprio negócio favorece a gestão da jornada de trabalho com a educação dos filhos e o cuidado com o lar.
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Porém, vale lembrar, que mesmo com um cenário tão próspero, temos ainda uma realidade de preconceito com restrições culturais e sociais ao ingresso feminino no mercado de trabalho. Mesmo que, visivelmente, a igualdade de gênero tenha alcançado mais espaço, ainda não há uma participação igualitária das mulheres nos negócios. Esse “Terceiro Bilhão” enfrenta sérios obstáculos de natureza social, legal, cultural e financeira que embaraçam sua participação total na sociedade.
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Ah, não sabe o que é Terceiro Bilhão? Veja bem, se a China e a Índia representam algo em torno de 2 bilhões de participantes emergentes no mercado global, o Terceiro Bilhão é, então, composto pelas mulheres que estão a ingressar no mercado de trabalho. Esse conceito foi dado pela Booz & Company com base no trabalho da Organização Internacional do Trabalho sobre a presença feminina na mão de obra mundial. Por se tratar de um cenário formado majoritariamente por cidadãs de países emergentes, muitas delas não estão preparadas porque não tem educação secundária suficiente e também porque, em alguns casos, não contam com o apoio familiar e comunitário para serem ativas economicamente no mercado global.
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Há, assim, grande potencial inexplorado que precisa de investimentos. Elas compõem apenas o maior celeiro de talentos emergentes do planeta. Um motor econômico para a próxima década, um imperativo estratégico. Nos próximos cinco anos, a renda global da mulher aumentará US$ 5 trilhões. Isso significa, em nível de comparação, o dobro da soma do crescimento estimado para o PIB da Índia e da China.
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Entre 2002 e 2007 a renda das mulheres em âmbito global cresceu cerca de US$ 4 trilhões. E, do período entre 2007 e 2017 estimasse que cresça US$ 6 trilhões.
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Acredito que as brasileiras na gestão de startups fazem com que o negócio seja mais bem sucedido, pois as mulheres que vivem aqui utilizam, mais do que nos outros países do mundo, cursos para se aprimorarem e alavancarem a empresa. Também são responsáveis por melhorar produtos/processos ao lançar mão de uma visão holística do empreendimento – bem maior do que nos outros países, segundo dados da ONU.
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É certo que as empresas que integram três ou mais mulheres em cargos da alta administração apresentam mais excelência organizacional, melhores indicadores financeiros, prestação de contas e inovação àquelas com a menor representatividade.
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Porém, ATENÇÂO mulheres, um erro crasso é cometido pela maioria de vocês ao gerir o próprio negócio. Segundo a ONU, as brasileiras são as piores do mundo no relacionamento com outros empreendedores e organizações, apenas 48% afirmam fazerem parte de alguma associação. Existe aqui no país a Organização Brasileira das Mulheres Empresárias, OBME. Uma associação sem fins lucrativos que oferece apoio nos negócios empresariais e ações filantrópicas geridas por mulheres. Trata-se de “um braço” da FCEM, – Femmes Chefs D´Entreprises Mondiales, organização internacional que promove o relacionamento global entre empresárias. Então, está mais do que na hora de ir em busca de networking e visibilidade, não acha?
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O melhor de tudo é conhecer bons casos de sucesso como o de Zica, criadora do Instituto Beleza Natural. Neste ano, entrou para a lista da Revista Forbes como uma das 10 Mulheres de Negócio Mais Poderosas do Brasil.
Neste filme exibido na GNT ela fala um pouco sobre a sua história de sucesso:
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Visto que o nosso país é o 14ª em um relatório feito pela empresa de computadores Dell, o melhor lugar para as mulheres abrirem o seu próprio negócio é nos Estados Unidos, confira o relatório completo em inglês.
Seguindo a linha de investimentos em programas de estímulo à inovação e ao empreendedorismo, a empresa realiza neste ano o Dell Empowering Women Challenge . Voltado para universitários, a proposta é estimular atitudes criativas que propiciem espaço para o empreendedorismo feminino.
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Para reconhecer, celebrar, apoiar e inspirar esse segmento, a Ernst & Young Terco lança o programa Winning Women . O evento, realizado pela primeira vez no país, é um programa que identifica um grupo de mulheres cujos negócios mostram potencial para se destacar no mercado.
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Como se vê, oportunidades não faltam e veia empreendedora as mulheres deste país já possuem.
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Meu amigo, Prepara! Que o exército delas é pesado e tem poder.