Na semana passada, precisei acessar o Facebook em uma das empresas a qual presto serviço, mas a página estava bloqueada. Necessitava usar com a finalidade de executar uma atividade para essa instituição, e não para o meu próprio benefício ou lazer. Foi quando recebi a informação de que era proibido se conectar a todas as plataformas digitais de redes sociais. Um jovem, perto de mim, desabafou: “Chato isso, né?! Nada a ver!”. Sem vacilar, respondi que cada empresa tem sua política e suas diretrizes, cabendo aos funcionários respeitá-las, gostando ou não.
Menos de um minuto depois, o mesmo rapaz estava conectado ao Facebook no ambiente de trabalho muito antes de eu conseguir uma autorização da diretoria. Como? Através do smartphone. Ele estava sentado em frente ao monitor do computador de mesa, mas prestando atenção de verdade ao mural da rede social on-line. Naquele instante, voltei a pensar nessa discussão que escuto e debato ao longo dos últimos anos: proibir ou não o uso das redes sociais nas empresas?
A proibição é um ato simplista das empresas, que enxergam nessa decisão um fim por um caminho mais curto. Nesse caso que relatei, adiantou de que a proibição, se o smartphone do jovem tem conexão à internet banda larga móvel? Vão colocar um bloqueador de sinal, como em um presídio? Não, meus amigos leitores, a temida baixa produtividade não está isolada no acesso ao Facebook, ao Twitter ou ao YouTube, por exemplo. Uma rede social off-line também pode reduzir a produtividade. Basta observarmos as horas gastas com conversas paralelas, sem qualquer conteúdo profissional. O desestímulo, o assédio moral e o mau planejamento são outros fatos que podemos exemplificar.
A Geração Y (formada por pessoas nascidas entre 1977 e 1997, segundo classificação de Don Tapscott no livro “A Hora da Geração Digital”, de 2010) está aí, hiperconectada e ocupando os mais diferentes cargos nas organizações. Não há como fechar os olhos para isso. Essas políticas e essas diretrizes, que embora estejam arcaicas e devam ser respeitadas, precisam mudar. Os gestores devem perceber que a utilização das redes sociais on-line é um comportamento consolidado, e não uma moda, muito menos um vilão. Usar por algum tempo durante o expediente pode ser até um aliado. Ou não existem funcionários que largam o que estão fazendo para fumar, tomar um café e bater um papinho sobre novela ou futebol nas suas redes sociais off-line?
Utilizar as plataformas digitais durante o expediente pode ser uma válvula de escape para os momentos de estresse. Pode até ajudar na divulgação da marca dessa empresa, através de compartilhamento das postagens nas páginas e perfis oficiais. Quer ver um exemplo: tenho amigos que trabalham nos maiores jornais de Pernambuco. Eles são as pessoas que mais vejo colaborando para difundir as notícias que estão no site através do Facebook e do Twitter. E mais! As redes sociais digitais podem até ajudar em pesquisas e a tirar dúvidas profissionais com amigos que estão também conectados.
Então, qual é o caminho certo a ser seguido? Educação! Sim, as empresas também podem e devem colaborar na educação digital dos seus funcionários. As chefias necessitam dialogar com seus comandados sobre as boas práticas de uso de forma horizontal, discutindo os limites, os benefícios e mesmos os malefícios da utilização exagerada. Somente por meio da conscientização é que se encontra o equilíbrio entre o acesso às plataformas e o ganho de produtividade. Mas parece que esse é um caminho mais longo e difícil, né?! Por esse motivo que muitas entidades continuam preferindo proibir, se é que conseguem! 😉