Há algumas semanas fomos surpreendidos pela decisão da Rede Globo em retirar do Facebook, todos os links que apontavam para suas publicações.
Segundo o site ‘Meio e Mensagem’, o conglomerado de comunicação da família Marinho, através de pesquisa, constatou que o motivo da queda de audiência em seus sites foi a rede social de Mark Zuckerberg. Na pesquisa, ficou claro que as pessoas consumiam as notícias através da Timeline, como se fosse um feed RSS, fixando a atenção no título, mas sem gerar cliques, o que, consequentemente, não gera tráfego para a fonte oficial da informação.
A atitude gerou polêmica e reclamações dos usuários nas publicações, sem links, da Rede Globo. Esta decisão traz à tona vários questionamentos e, se isso trará de volta a audiência para os canais digitais da Globo, é o que menos importa.
Post na página da revista Época Negócios, no Facebook
Para entender que questionamentos são esses, basta lembrarmos de como era feita a internet na década de 90. Para ter acesso a conteúdos específicos, as pessoas precisavam pagar pelo acesso, a conexão era lenta, e a única maneira de conseguir conteúdo era através de buscas o que, naquela época, era algo bastante trabalhoso.
Com a invenção do Really Simple Syndication, mais conhecido como RSS, o consumo de conteúdo muda de direção, ao invés do usuário ter de buscar, o conteúdo começa a chegar até ele através de assinaturas de feeds e, hoje, por meio de ‘curtidas’ no Facebook em páginas com assuntos segmentados. Isso nos leva a entender que, com essa decisão, a Rede Globo parece estar andando na contramão no que diz respeito a flexibilidade e democracia da informação em tempos de web 2.0.
No ambiente digital, o Facebook é conhecido como ‘a galinha dos ovos de ouro’ quando o assunto é gerar tráfego para sites, blogs e portais, deixando ainda mais escancarada a precipitação da rede de comunicação com maior share do país, ao invés de tratar a rede social de Zuckerberg de maneira estratégica, com o objetivo de aumentar o tráfego em seus sites.